Os dados recentes da Associação Europeia de Bombas de Calor apontam para disparidades profundas entre países — e revelam um caminho promissor para o setor em Portugal.
A mais recente análise da EHPA traça um retrato claro do mercado europeu de bombas de calor: mesmo com algum crescimento em países como Portugal, o panorama geral ainda está muito aquém do seu potencial. Se todos os países tivessem níveis de instalação semelhantes aos dos líderes europeus, as vendas anuais teriam sido mais de quatro vezes superiores. Os números revelam, portanto, não apenas uma fotografia do presente — mas um espaço significativo para evoluir e expandir nos próximos anos.
1. Disparidades europeias
As diferenças entre países europeus no que diz respeito à adoção de bombas de calor são impressionantes. Algumas nações lideram com larga vantagem, enquanto outras continuam muito atrás — revelando um potencial por explorar.
- Na Noruega, existem atualmente 632 bombas de calor instaladas por cada 1 000 agregados familiares, enquanto na Finlândia são 524 por cada 1 000;
- Por contraste, o Reino Unido tem apenas cerca de 19 por cada 1 000 agregados, e Portugal regista valores ainda mais baixos — mas já com crescimento;
- De facto, se todos os países tivessem vendas similares à Noruega, a Europa teria vendido cerca de 10,2 milhões de bombas de calor. Em vez disso, foram apenas 2,31 milhões nos 19 países analisados em 2024.
2. Portugal: um cenário promissor, embora ainda residual
Apesar de uma presença ainda modesta, Portugal começa a destacar-se positivamente no panorama europeu, contrariando a tendência de retração generalizada e mostrando sinais de vitalidade no setor.
- Para 2024, contradizendo a tendência europeia de queda (–22 %), Portugal conseguiu mesmo crescer nas vendas, impulsionado por apoios constantes a consumidores;
- Em 2023, as vendas aumentaram 24 % em relação a 2022: de cerca de 40 000 para mais de 50 000 unidades instaladas;
- Embora ainda modesto face aos mercados mais maduros, este crescimento coloca Portugal “entre os mercados com crescimento no setor de bombas de calor”.
3. Por que o mercado estagnou na maioria dos países?
Apesar da importância estratégica das bombas de calor na transição energética, a maioria dos países registou quebras em 2023 e 2024. As razões são diversas, mas convergem numa mesma consequência: retração do consumidor.
A EHPA aponta várias causas para o abrandamento das vendas em 2023–2024:
- Cortes nos incentivos governamentais, que abalaram a confiança do consumidor;
- Economia fragilizada e crise de custo de vida, com inflação elevada, juros altos e menor capacidade de endividamento;
- Gás mais barato em alguns mercados, reduzindo a atratividade das bombas de calor elétricas;
- Adiamentos de políticas chave, como o Plano de Ação para Bombas de Calor da UE, gerando incerteza no mercado.
4. Oportunidades de mercado: ainda há terreno a ganhar
Com as condições certas, o mercado português pode conhecer um crescimento muito mais expressivo. Há sinais positivos no horizonte, tanto do lado da procura como da oferta.
- O mercado português está longe do potencial máximo: embora em crescimento, acesso e penetração ainda são baixos;
- Com políticas continuadas, os fabricantes planeiam aumentar investimento e capacidade — resposta a um possível aumento da procura;
- Os consumidores portugueses mostram cada vez mais interesse por soluções de conforto energético, económica a médio prazo e sustentáveis, especialmente após os picos de preços do gás.
Portugal encontra-se num momento estratégico para consolidar o crescimento de bombas de calor. Embora a penetração ainda esteja aquém de países como Noruega ou Finlândia, o país já mostra sinais de maturação — como aumento de vendas e estabilidade nos incentivos. Com políticas estáveis, eletricidade competitiva e aposta em formação técnica e integração energética, há condições para que Portugal acelere a transição para sistemas de aquecimento mais limpos, eficientes e economicamente sustentáveis.
Um futuro com bombas de calor num milhão de lares portugueses está ao alcance — basta combinarmos visão, investimento e ação coordenada.
A Sanitop foi pioneira na introdução de bombas de calor no nosso mercado e dispõe de uma gama alargada de soluções, de marcas de referência e qualidade certificada, tais como Panasonic, LG, Samsung, Argoclima, Haier e Insuatherm.