A crise energética despoletou um aumento da procura e do uso de energias renováveis em 2022. Este aumento foi uma consolidação do crescimento já demonstrado em 2020 e 2021, mas que se intensificou com a guerra na Ucrânia e com a dependência energética de muitos países relativamente aos combustíveis fósseis, particularmente os oriundos da Rússia.
De facto, as oportunidades surgem nos momentos de crise e, face ao aumento dos preços da energia, assistiu-se a um crescimento da produção, utilização e produção de energias renováveis. Os decisores políticos tomaram também consciência de que este tipo de energia não só traz benefícios ambientais, como também políticos, económicos e geo-estratégicos.
O crescimento das energias renováveis no setor industrial
A indústria foi duramente atingida pela crise energética e teve que procurar alternativas de fácil acesso e de preço mais baixo. A alternativa principal passou por comprar a fornecedores de energias renováveis, o que levou a uma redução dos custos de produção e a um aumento dos lucros.
As energias renováveis no setor dos transportes
Apesar de se verificar um aumento record associado à aquisição de veículos elétricos, o setor dos transportes foi o que apresentou o menor crescimento do uso de energias renováveis. Mesmo assim, a eletrificação do setor é cada vez maior e o futuro parece promissor, também com o uso do hidrogénio.
A aposta nas energias renováveis por particulares
No caso do setor dos edifícios e da construção, o aumento do uso de energias renováveis foi notável. Os elevados preços do gás fizeram disparar a instalação de bombas de calor como substituição das caldeiras a gás, sendo que esse aumento foi especialmente notório na europa, embora tenha abrangido todo o mundo. Portugal não foi exceção.
Também a procura e instalação de painéis solares, em especial os fotovoltaicos, cresceu nos últimos tempos, particularmente no último ano, pois assumiu-se como uma excelente solução para fazer frente ao aumento dos preços da energia.
Os apoios da União Europeia para o uso de energias renováveis
Até há relativamente pouco tempo, a União Europeia tinha como meta atingir uma cota de 32% de uso de energias renováveis até 2030. Contudo, o ano de 2022 veio alterar os planos, e os 27 países da UE foram ainda mais ambiciosos, acordando como meta adquirir 45% de energia proveniente de fontes limpas, dentro do mesmo espaço temporal.
Prevê-se, portanto, que os países da União Europeia – Portugal incluído - continuem a beneficiar de políticas de apoio e subsidiação para a produção de energias limpas e para a aquisição de produtos e serviços relacionados com as mesmas. Estes apoios têm sido também um dos grandes impulsionadores do crescimento verificado na europa no que às energias renováveis diz respeito.
O aumento da procura de energias renováveis em Portugal
Portugal está entre os primeiros da lista dos 27 Estados-membros da UE no que diz respeito ao consumo de eletricidade proveniente de fontes renováveis, valor potenciado principalmente pela produção eólica e hídrica. Durante o ano de 2022, mais de 50% da energia produzida no nosso país teve origem em energias limpas.
Portugal seguiu a mesma tendência europeia e mundial e em 2022 houve uma procura record por produtos e serviços relacionados com energias renováveis. Este aumento da procura surge num momento em que as famílias portuguesas estão cada vez mais preocupadas com as variações nos custos das energias e procuram investir em alternativas, não só mais sustentáveis, como também mais rentáveis, energeticamente sustentáveis e que ajudem a reduzir as despesas ao fim do mês.
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